Milhares de pessoas com cartão do cidadão esperaram horas para descobrir novo número de eleitor. O sistema informático bloqueou e muitos desistiram. Ministro da Administração Interna já ordenou inquérito para apurar responsabilidades.
De cartão de cidadão em punho, mais de uma centena de eleitores faziam ontem fila à porta da Escola Secundária do Lumiar, em Lisboa, para descobrir o novo número de recenseamento e votar. A indignação foi crescendo ao ritmo da fila. O cenário repetiu-se em muitas freguesias e, agravado pelo bloqueio do sistema informático durante a tarde, levou muitas pessoas a desistir. A Comissão Nacional de Eleições diz que é impossível estimar quantos deixaram de votar por causa desta confusão, mas admite que os problemas serviram para aumentar a abstenção.
A explicação é sucinta: "Passámos de um milhão para cinco milhões de pessoas com cartão do cidadão e todas as que mudaram o código postal viram o seu número de eleitor alterado. A maioria dirigiu-se às urnas a seguir ao almoço, sem saber o número, e o sistema não aguentou o volume de pedidos de informação", diz Nuno Godinho de Matos, porta-voz da CNE. Com o sistema bloqueado, os funcionários das secretarias tinham de descobrir o número de eleitor nos cadernos em papel, o que causou filas enormes. E desistências.
O ministro da Administração Interna defende que a baixa afluência às urnas já era notória desde a manhã, antes da base de dados bloquear. Mesmo assim, Rui Pereira "determinou a instauração de um inquérito para apurar com rigor e em pormenor tudo quanto se passou, e para evitar que se repita", revela em comunicado. Segundo a tutela, entre as 14.00 e as 16.30, chegou a haver 22 mil acessos por segundo, quando o sistema só estava preparado para 750, o que fez com que muitos pedidos não tivessem resposta ou a recebessem com demora.
No Lumiar, André Branco sofreu as consequências dessa demora: precisou de duas horas e meia até conseguir o novo número de eleitor e votar. O SMS que enviou logo que chegou à escola ficou sem resposta, assim como os telefonemas que foi fazendo para o número de apoio.
Pelo caminho, André viu muita gente a desistir. Plautília foi uma delas: já tinha passado pela escola de manhã, e à tarde encontrou uma fila ainda maior. "Ainda não consegui perceber porque é que nos mudaram o número de eleitor sem avisar. Eu quero votar, mas olhando para esta confusão... francamente."
De cartão de cidadão em punho, mais de uma centena de eleitores faziam ontem fila à porta da Escola Secundária do Lumiar, em Lisboa, para descobrir o novo número de recenseamento e votar. A indignação foi crescendo ao ritmo da fila. O cenário repetiu-se em muitas freguesias e, agravado pelo bloqueio do sistema informático durante a tarde, levou muitas pessoas a desistir. A Comissão Nacional de Eleições diz que é impossível estimar quantos deixaram de votar por causa desta confusão, mas admite que os problemas serviram para aumentar a abstenção.
A explicação é sucinta: "Passámos de um milhão para cinco milhões de pessoas com cartão do cidadão e todas as que mudaram o código postal viram o seu número de eleitor alterado. A maioria dirigiu-se às urnas a seguir ao almoço, sem saber o número, e o sistema não aguentou o volume de pedidos de informação", diz Nuno Godinho de Matos, porta-voz da CNE. Com o sistema bloqueado, os funcionários das secretarias tinham de descobrir o número de eleitor nos cadernos em papel, o que causou filas enormes. E desistências.
O ministro da Administração Interna defende que a baixa afluência às urnas já era notória desde a manhã, antes da base de dados bloquear. Mesmo assim, Rui Pereira "determinou a instauração de um inquérito para apurar com rigor e em pormenor tudo quanto se passou, e para evitar que se repita", revela em comunicado. Segundo a tutela, entre as 14.00 e as 16.30, chegou a haver 22 mil acessos por segundo, quando o sistema só estava preparado para 750, o que fez com que muitos pedidos não tivessem resposta ou a recebessem com demora.
No Lumiar, André Branco sofreu as consequências dessa demora: precisou de duas horas e meia até conseguir o novo número de eleitor e votar. O SMS que enviou logo que chegou à escola ficou sem resposta, assim como os telefonemas que foi fazendo para o número de apoio.
Pelo caminho, André viu muita gente a desistir. Plautília foi uma delas: já tinha passado pela escola de manhã, e à tarde encontrou uma fila ainda maior. "Ainda não consegui perceber porque é que nos mudaram o número de eleitor sem avisar. Eu quero votar, mas olhando para esta confusão... francamente."
Um comentário:
Em todas as Eleições passadas (sejam elas Autárquicas, Legislativas ou Presidenciais), tem sido comentado por todos um indicador que merece análise profunda: o aumento da Abstenção.
Por estranho que pareça, desta vez verificou-se o contrário (apesar do valor record da Abstenção), muita gente desejou cumprir o seu direito cívico (votar), mas foram “impedidos” de o fazer porque o “sistema” não teve capacidade de resposta e “bloqueou”…
Triste País o nosso…quando não é o do cu, é das calças! Vá lá que a imagem de marca do Primeiro-Ministro é a “informatização” do País e a adesão às “novas tecnologias”.
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