quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Vaticano desaconselhou bispos irlandeses a denunciar padres pedófilos

Foi enviada uma carta aos bispos irlandeses em nome do Vaticano na qual são reveladas "sérias reservas" em relação à directiva que tornava obrigatória a denúncia às autoridades dos padres suspeitos de abusos sexuais. As vítimas acreditam que a carta, enviada em 1997, é a prova de que a Igreja tentava encobrir os casos.
"Informar por obrigação provoca sérias reservas de natureza tanto moral quanto canónica (...) Os resultados podem ser altamente embaraçosos e prejudiciais para as autoridades diocesanas", pode ler-se no texto, assinado pelo falecido arcebispo Luciano Sotero.
O Vaticano já reagiu e o seu porta-voz, o padre Federico Lombardi, considera que a carta não prova uma alegada política de encobrimento dos casos de abusos sexuais. "Em primeiro lugar, é preciso notar que a carta não sugere, de forma alguma, que as leis do país não devem ser seguidas", refere Frederico Lombardi.
O responsável recorda ainda que a carta foi escrita antes das normas definidas pelo Vaticano, em 2001, que passaram estes casos para a jurisdição da Congregação para a Doutrina da Fé, então presidida pelo cardeal Joseph Ratzinger, hoje Bento XVI.

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