A crise financeira de 2008 era "evitável", mas ainda hoje a economia mundial vive no risco de se repetir, dado que o sistema pouco mudou nos últimos anos, revelou uma comissão de inquérito nos Estados Unidos.
As conclusões do relatório final, de 633 páginas, da Comissão de Inquérito à Crise Financeira, a primeira a nível bipartidário sobre as causas da crise de 2008 foram hoje apresentadas em Washington pelo presidente da entidade, Phil Angelides.
"Concluímos, em primeiro lugar e antes de tudo, que este crise era evitável", disse Angelides em conferência de imprensa.
A conclusão contraria a tese sustentada por inúmeros supervisores do setor financeiro e banqueiros, de que ninguém poderia ter antecipado os eventos de 2008.
"Alguns em Wall Street e em Washington com uma quota parte no `status quo´ podem sentir-se tentados a limpar da memória esta crise ou a sugerir novamente que ninguém a poderia ter adivinhado ou previsto", adiantou Angelides.
Até chegar ao atual relatório, a Comissão analisou milhares de mensagens, testemunhos e outros documentos.
Além do relatório, a comissão libertou 1.200 documentos no seu site, a que se deverão juntar outros 700 e 300 transcrições de entrevistas antes de terminar formalmente os seus trabalhos, a 13 de fevereiro.
Dos 10 membros da comissão, apenas os seis nomeados por democratas participaram na conferência de imprensa, enquanto os quatro republicanos declararam-se em divergência, dos quais três darão a sua própria conferência de imprensa esta tarde.
"Houve sinais de aviso. (...) A tragédia é que eles foram ignorados ou desvalorizados", refere o relatório.
Uma das nove conclusões do relatório é que a crise resultou de "falhas dramáticas na governação de empresas e gestão de risco em muitas instituições financeiras sistemicamente relevantes".
Nos mercados, investidores em todo o mundo acumularam produtos financeiros estruturados em hipotecas imobiliárias de alto risco, no valor de biliões de dólares e com o selo de qualidade das agências de "rating". Quando o mercado habitacional entrou em queda, esses ativos desvalorizaram-se, levando a enormes perdas nos bancos e a uma crise de liquidez.
A Comissão aponta o dedo às autoridades federais norte-americanas, que não impediram comportamentos irresponsáveis por parte dos banqueiros de Wall Street, apontando o dedo a políticas das administrações Bush e Obama, bem como ações da Reserva Federal, sob a direção de Bem Bernanke e do seu antecessor Alan Greespan.
"Decisores políticos chave -- o Departamento do Tesouro, a Reserva Federal, o Banco da Reserva Federal de Nova Iorque -- que estavam nas melhores posições para vigiar os mercados, mostraram-se mal preparados para os eventos de 2007 e 2008".
O relatório cita ainda uma "quebra sistémica na responsabilização e ética", mas sublinha que "foi a falha na identificação de falhas humanas que se mostrou relevante para a crise".
"Ação e inação humanas" estiveram na origem da crise, que pode repetir-se "se não aprendermos com a história".
As conclusões do relatório final, de 633 páginas, da Comissão de Inquérito à Crise Financeira, a primeira a nível bipartidário sobre as causas da crise de 2008 foram hoje apresentadas em Washington pelo presidente da entidade, Phil Angelides.
"Concluímos, em primeiro lugar e antes de tudo, que este crise era evitável", disse Angelides em conferência de imprensa.
A conclusão contraria a tese sustentada por inúmeros supervisores do setor financeiro e banqueiros, de que ninguém poderia ter antecipado os eventos de 2008.
"Alguns em Wall Street e em Washington com uma quota parte no `status quo´ podem sentir-se tentados a limpar da memória esta crise ou a sugerir novamente que ninguém a poderia ter adivinhado ou previsto", adiantou Angelides.
Até chegar ao atual relatório, a Comissão analisou milhares de mensagens, testemunhos e outros documentos.
Além do relatório, a comissão libertou 1.200 documentos no seu site, a que se deverão juntar outros 700 e 300 transcrições de entrevistas antes de terminar formalmente os seus trabalhos, a 13 de fevereiro.
Dos 10 membros da comissão, apenas os seis nomeados por democratas participaram na conferência de imprensa, enquanto os quatro republicanos declararam-se em divergência, dos quais três darão a sua própria conferência de imprensa esta tarde.
"Houve sinais de aviso. (...) A tragédia é que eles foram ignorados ou desvalorizados", refere o relatório.
Uma das nove conclusões do relatório é que a crise resultou de "falhas dramáticas na governação de empresas e gestão de risco em muitas instituições financeiras sistemicamente relevantes".
Nos mercados, investidores em todo o mundo acumularam produtos financeiros estruturados em hipotecas imobiliárias de alto risco, no valor de biliões de dólares e com o selo de qualidade das agências de "rating". Quando o mercado habitacional entrou em queda, esses ativos desvalorizaram-se, levando a enormes perdas nos bancos e a uma crise de liquidez.
A Comissão aponta o dedo às autoridades federais norte-americanas, que não impediram comportamentos irresponsáveis por parte dos banqueiros de Wall Street, apontando o dedo a políticas das administrações Bush e Obama, bem como ações da Reserva Federal, sob a direção de Bem Bernanke e do seu antecessor Alan Greespan.
"Decisores políticos chave -- o Departamento do Tesouro, a Reserva Federal, o Banco da Reserva Federal de Nova Iorque -- que estavam nas melhores posições para vigiar os mercados, mostraram-se mal preparados para os eventos de 2007 e 2008".
O relatório cita ainda uma "quebra sistémica na responsabilização e ética", mas sublinha que "foi a falha na identificação de falhas humanas que se mostrou relevante para a crise".
"Ação e inação humanas" estiveram na origem da crise, que pode repetir-se "se não aprendermos com a história".
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