Apenas um dos 13 maiores bancos norte-americanos não esteve em risco de falir no auge da crise financeira
Algumas conclusões já eram conhecidas desde quarta-feira, mas ontem ficou definitivamente registado: a imprudência dos grandes bancos e a negligência dos reguladores foram as principais causas de uma crise financeira que era "evitável", concluiu a Comissão de Inquérito da Crise Financeira.
Num documento com 633 páginas, são enunciadas as raízes da crise de 2008 e os principais culpados. "A crise resultou de acção e inacção humana, não da Mãe Natureza ou de modelos que falharam", refere o relatório. "Os capitães das finanças e os administradores públicos do nosso sistema financeiro ignoraram avisos e falharam em questionar, perceber e gerir os riscos crescentes dentro de um sistema essencial ao bem-estar do povo americano."
E são mesmo apontados nomes. A Administração de Bush, que estava "mal preparada" e deixou cair o Lehman Brothers, Alan Greenspan e Ben Bernanke pelo grau de desregulação que permitiram no sistema financeiro e os gigantes da finança, como o Citigroup, Lehman Brothers, AIG, Fannie Mae e Goldman Sachs por uma gestão demasiado arriscada.
A crise não era imprevisível O relatório destrói também a ideia de que era impossível prever esta crise. "A maior tragédia é aceitarmos que ninguém podia ter previsto que isto ia acontecer e que, por isso, nada pudesse ser feito", acrescentando que "se aceitarmos esta desculpa, vai repetir-se outra vez".
Phil Angelides, presidente da comissão, quer certificar-se que fica esclarecido que a crise foi provocada por comportamentos irresponsáveis. "Alguns em Wall Street e em Washington, com uma quota parte no ''status quo'', podem sentir-se tentados a limpar da memória esta crise ou a sugerir novamente que ninguém a poderia ter adivinhado ou previsto", afirmou em conferência de imprensa.
No documento é também referida uma "quebra sistémica na responsabilização e ética", notando que a "acção e inacção humanas" foram as grandes responsáveis pela crise.
A conclusão do relatório foi um longo trabalho para a Comissão de Inquérito da Crise Financeira. Durante um ano e meio, a comissão analisou milhares de documentos, realizou 19 audiências públicas e entrevistou mais de 700 pessoas.
No final, apenas seis dos dez membros da comissão subscreveram as conclusões do documento. Uma divisão partidária: os quatro que não a subscreveram foram nomeados pelos Republicanos, acusando as conclusões de estarem demasiado alinhas "à esquerda".
À beira do abismo Doze das 13 instituições financeiras mais importantes nos Estados Unidos estavam à beira da falência, no auge da crise de 2008, afirmou Ben Bernanke durante uma das entrevistas feitas pela comissão em Novembro de 2009. "Se olharmos para as empresas que estavam sob pressão nessa altura, apenas uma não corria um sério risco de falir", afirmou o presidente da Reserva Federal norte-americana.
Bernanke acrescentou ainda que esta crise financeira ultrapassou em gravidade a dos anos 30. "Enquanto um estudioso da Grande Depressão, acredito honestamente que Setembro e Outubro de 2008 foi a pior crise financeira da História Mundial, incluindo a Grande Depressão", adiantou.
Algumas conclusões já eram conhecidas desde quarta-feira, mas ontem ficou definitivamente registado: a imprudência dos grandes bancos e a negligência dos reguladores foram as principais causas de uma crise financeira que era "evitável", concluiu a Comissão de Inquérito da Crise Financeira.
Num documento com 633 páginas, são enunciadas as raízes da crise de 2008 e os principais culpados. "A crise resultou de acção e inacção humana, não da Mãe Natureza ou de modelos que falharam", refere o relatório. "Os capitães das finanças e os administradores públicos do nosso sistema financeiro ignoraram avisos e falharam em questionar, perceber e gerir os riscos crescentes dentro de um sistema essencial ao bem-estar do povo americano."
E são mesmo apontados nomes. A Administração de Bush, que estava "mal preparada" e deixou cair o Lehman Brothers, Alan Greenspan e Ben Bernanke pelo grau de desregulação que permitiram no sistema financeiro e os gigantes da finança, como o Citigroup, Lehman Brothers, AIG, Fannie Mae e Goldman Sachs por uma gestão demasiado arriscada.
A crise não era imprevisível O relatório destrói também a ideia de que era impossível prever esta crise. "A maior tragédia é aceitarmos que ninguém podia ter previsto que isto ia acontecer e que, por isso, nada pudesse ser feito", acrescentando que "se aceitarmos esta desculpa, vai repetir-se outra vez".
Phil Angelides, presidente da comissão, quer certificar-se que fica esclarecido que a crise foi provocada por comportamentos irresponsáveis. "Alguns em Wall Street e em Washington, com uma quota parte no ''status quo'', podem sentir-se tentados a limpar da memória esta crise ou a sugerir novamente que ninguém a poderia ter adivinhado ou previsto", afirmou em conferência de imprensa.
No documento é também referida uma "quebra sistémica na responsabilização e ética", notando que a "acção e inacção humanas" foram as grandes responsáveis pela crise.
A conclusão do relatório foi um longo trabalho para a Comissão de Inquérito da Crise Financeira. Durante um ano e meio, a comissão analisou milhares de documentos, realizou 19 audiências públicas e entrevistou mais de 700 pessoas.
No final, apenas seis dos dez membros da comissão subscreveram as conclusões do documento. Uma divisão partidária: os quatro que não a subscreveram foram nomeados pelos Republicanos, acusando as conclusões de estarem demasiado alinhas "à esquerda".
À beira do abismo Doze das 13 instituições financeiras mais importantes nos Estados Unidos estavam à beira da falência, no auge da crise de 2008, afirmou Ben Bernanke durante uma das entrevistas feitas pela comissão em Novembro de 2009. "Se olharmos para as empresas que estavam sob pressão nessa altura, apenas uma não corria um sério risco de falir", afirmou o presidente da Reserva Federal norte-americana.
Bernanke acrescentou ainda que esta crise financeira ultrapassou em gravidade a dos anos 30. "Enquanto um estudioso da Grande Depressão, acredito honestamente que Setembro e Outubro de 2008 foi a pior crise financeira da História Mundial, incluindo a Grande Depressão", adiantou.
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