terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Senadora belga apela a "greve de sexo" para resolver crise política

A senadora social-democrata belga Marleen Temmerman sugeriu que as mulheres dos negociadores, que estão a tentar encontrar uma solução para resolver a crise política no país, declarem uma "greve de sexo" como forma de pressionar uma solução.
Em declarações feitas hoje ao jornal flamengo De Morgen, a senadora, que é ginecologista de profissão, defendeu uma paragem nas relações sexuais com as mulheres e principalmente os homens envolvidos nas longas negociações que já duram há mais de meio ano.
A Bélgica está a tentar há 239 dias formar um novo governo de coligação, desde as eleições de 13 de junho do ano passado, sem ter conseguido até agora um acordo entre os sete partidos mais importantes.
"Uma greve de sexo poderia funcionar" pois "é melhor do que o cinismo", defende Temmerman.
A senadora evocou com esta posição o mito de "Lisistrata", reproduzido numa peça de teatro de Aristófanes, apresentada em 411 antes de Cristo, nos últimos anos da Guerra do Peloponeso.
As mulheres das cidades gregas envolvidas na Guerra do Peloponeso, lideradas pela ateniense Lisístrata, decidem instituir uma greve de sexo até que seus maridos parem a luta e estabeleçam a paz. No fim da peça, graças às mulheres, as duas cidades celebram efetivamente a paz.
O rei Alberto II da Bélgica incumbiu na semana passada o ministro das Finanças cessante, Didier Reynders, de encontrar uma saída para a crise política do país.
Reynders, um liberal até agora afastado das negociações entre flamengos e francófonos, terá uma missão de conciliação entre as duas grandes comunidades nacionais e terá de informar o rei até 16 de fevereiro sobre a possibilidade de se chegar a acordo quanto às questões institucionais que bloqueiam a formação de um governo.
O anterior mediador nomeado pelo rei, o socialista Johan Vande Lanotte, tentou durante três meses aproximar os pontos de vista das duas comunidades e acabou por desistir a 26 de janeiro.
Os flamengos exigem maior autonomia regional, o que os francófonos rejeitam.

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