Há quem tenha saído de punho erguido, quem não tenha conseguido conter as lágrimas e quem tenha aplaudido, de pé, cada frase que saía da boca da vocalista dos Deolinda, quando, nos Coliseus do Porto e de Lisboa, a banda apresentou a sua nova canção, Parva que sou.
Em Lisboa, Ana Bacalhau bem avisou: "Apesar do título brincalhão, esta é das mais sérias e duras das nossas músicas." No Porto, explicou: "Foi num dia em que nos pediram reflexão e nós refletimos, refletimos, refletimos e a conclusão a que chegámos foi esta."
A música fala da "geração sem remuneração", Ana canta que "isto está mal e vai continuar, já é uma sorte eu poder estagiar". E continua: "E fico a pensar/ Que mundo tão parvo/ Onde para ser escravo é preciso estudar." A cada palavra, uma estocada, sem parar até ao final: "Sou da geração 'casinha dos pais'/ Se já tenho tudo, pra quê querer mais / Que parva que eu sou/ Filhos, maridos, estou sempre a adiar/ E ainda me falta o carro pagar (...) Sou da geração 'vou queixar-me pra quê?'/ Há alguém bem pior do que eu na TV/ Que parva que eu sou/ Sou da geração 'eu já não posso mais!'/ Que esta situação dura há tempo demais/ E parva não sou!"
A letra da música e os vídeos, gravados com telemóvel nos concertos, invadiram o Facebook, o YouTube e os blogues. "Aleluia a uma verdadeira música de intervenção", comentava-se. "Temos que sair à rua", "o que falta para se ver pelo Facebook uma data para o esperado dia de 'revolta do licenciado'?", "escuta lá esta, ó Sócrates!". O guitarrista dos Deolinda, Pedro da Silva Martins, autor da música e da letra, confessa que não estava à espera de uma reação assim tão maciça, mas compreende-a: "Para mim, Parva que sou é um exercício de lucidez. A música fala de uma realidade concreta, de um problema social, de forma muito direta, e, infelizmente, há muita gente com emprego precário ou, então, que conhece alguém nessa situação."
É verdade que os Deolinda já antes tinham tido coros engajados em músicas como Movimento Perpétuo Associativo, a famosa do "vão sem mim, que eu vou lá ter", mas nunca foram tão claros nas críticas. E, de repente, uma geração inteira descobriu o seu hino.
Em Lisboa, Ana Bacalhau bem avisou: "Apesar do título brincalhão, esta é das mais sérias e duras das nossas músicas." No Porto, explicou: "Foi num dia em que nos pediram reflexão e nós refletimos, refletimos, refletimos e a conclusão a que chegámos foi esta."
A música fala da "geração sem remuneração", Ana canta que "isto está mal e vai continuar, já é uma sorte eu poder estagiar". E continua: "E fico a pensar/ Que mundo tão parvo/ Onde para ser escravo é preciso estudar." A cada palavra, uma estocada, sem parar até ao final: "Sou da geração 'casinha dos pais'/ Se já tenho tudo, pra quê querer mais / Que parva que eu sou/ Filhos, maridos, estou sempre a adiar/ E ainda me falta o carro pagar (...) Sou da geração 'vou queixar-me pra quê?'/ Há alguém bem pior do que eu na TV/ Que parva que eu sou/ Sou da geração 'eu já não posso mais!'/ Que esta situação dura há tempo demais/ E parva não sou!"
A letra da música e os vídeos, gravados com telemóvel nos concertos, invadiram o Facebook, o YouTube e os blogues. "Aleluia a uma verdadeira música de intervenção", comentava-se. "Temos que sair à rua", "o que falta para se ver pelo Facebook uma data para o esperado dia de 'revolta do licenciado'?", "escuta lá esta, ó Sócrates!". O guitarrista dos Deolinda, Pedro da Silva Martins, autor da música e da letra, confessa que não estava à espera de uma reação assim tão maciça, mas compreende-a: "Para mim, Parva que sou é um exercício de lucidez. A música fala de uma realidade concreta, de um problema social, de forma muito direta, e, infelizmente, há muita gente com emprego precário ou, então, que conhece alguém nessa situação."
É verdade que os Deolinda já antes tinham tido coros engajados em músicas como Movimento Perpétuo Associativo, a famosa do "vão sem mim, que eu vou lá ter", mas nunca foram tão claros nas críticas. E, de repente, uma geração inteira descobriu o seu hino.
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