terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Anna Nicole Smith, a sex bomb americana vai ter direito a uma ópera

Sexo, vícios e morte vão ser cantados a plenos pulmões na Royal Opera House, em Londres.
Morreu com 39 anos depois de um cocktail de medicamentos. Tinha por hábito andar sempre com uma pequena mala preta cheia de remédios receitados para acabar com as dores no peito provocadas pelos enormes implantes mamários. Nunca lhe passou pela cabeça tirá-los, nem mesmo quando começaram a inflamar e tiveram de ser substituídos. Isso seria impensável: "Tudo o que tenho, devo-o a eles", dizia.
Agora, toda a história de Vickie Lynn Hogan - era este o verdadeiro nome da stripper/modelo/actriz/playmate - vai ser contada em modo ópera na Royal Opera House, em Covent Garden, Londres, no espectáculo "Anna Nicole", a partir de 17 de Fevereiro.
Mas quem foi Anna Nicole Smith para ter direito a uma ópera só para ela, perguntará o leitor. Richard Thomas, autor do libreto, explica: "Apesar dos seus dramas modernos, enormes seios de silicone, viciada em medicamentos e um reality show em nome próprio, Anna Nicole Smith está na mesma linha que as grande heroínas, comparável à Violetta de Verdi, à Tosca de Puccini ou à Carmen, de Bizet."
Eva-Maria Westbroek, a cantora que irá dar corpo e voz à personagem de Anna Nicole, reitera a ideia de Thomas ao jornal "Sunday Times": "É uma personagem muito dramática, extrema, que sofre muito. Há a viciada em medicamentos, a mãe extremosa, a rapariga que adora festas e divertir-se e há a jovem Anna que só quer construir uma carreira. Há muita coisa a acontecer. E acredito que ela amasse o velho com quem casou, mas também acredito que ela queria o seu dinheiro".
"O velho com quem casou" chamava-se J. Howard Marshall II, um bilionário petroleiro de 89 anos que conheceu Anna Nicole na casa de strip "Rick", em Houston. A aproximação foi pouco romântica: o idoso sentado numa cadeira de rodas tentou apalpar os enormes seios de Anna Nicole. A verdade é que a brincadeira resultou e a partir daí tornaram-se inseparáveis. Marshall, cuja mulher, Bettye, sofria de Alzheimer e cuja amante, Dianne Walker (que também conheceu numa casa de strip) tinha morrido no seguimento de um facelift, precisava de atenção, amor e carinho. Anna Nicole, que falava com os homens com voz de bebé, segundo o fotógrafo e amigo da modelo (e stripper e actriz e playmate) Eric Redding, estava disposta a dar-lhe tudo o que ele precisava.
Depois de três anos a insistir, Marshall conseguiu o que queria: levar a bomba loura ao altar. Ele tinha 89 anos, ela tinha 27 e jurava a pés juntos que o amava. O casamento durou 13 meses, até que Marshall sucumbiu à avançada idade.
Seguiu-se uma luta legal entre Anna Nicole e um dos filhos de Marshall, pela herança do bilionário, luta essa que se manteve até à morte de Smith.
Anna Nicole tinha 17 anos quando se casou com Billy Wayne Smith, um cozinheiro de 16 anos do restaurante Jim''s Krispy Fried Chicken. Desse casamento, que durou dois anos, nasceu Daniel, que ficou sempre com a mãe.
Em 2007, Anna Nicole deu à luz uma menina, a quem chamou Danniellyn. No mesmo dia, perdeu o filho mais velho. Quando abriu os olhos, ainda na maternidade, viu Daniel, de 20 anos, morto, junto à sua cama, vítima de uma mistura de medicamentos e metadona. Anna Nicole, mãe extremosa, sobreviveria ao filho apenas cinco meses, deixando uma recém nascida e mais uma polémica envolvendo a paternidade da criança. Larry Birkhead, fotógrafo e ex-namorado de Smith, jurava que era dele; o advogado Howard K. Stern clamava a paternidade, com a cumplicidade de Anna Nicole, com quem vivia nas Bahamas. Mas com a morte da loura de peito farto, Birkhead conseguiu autorização para fazer um teste de DNA e, respondendo à pergunta que no Verão passado animou os bailaricos populares portugueses: ele é que era o pai da criança.
Agora imagine tudo isto em versão ópera, apimentada por uma cena em que Anna Nicole faz sexo oral a Marshall e por várias asneiras e repetições da palavra começada por F.

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