sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Há 500 milhões de adultos obesos no mundo

A prevalência da obesidade quase duplicou em trinta anos, atingindo atualmente 500 milhões de adultos no mundo inteiro, segundo um estudo hoje publicado na revista britânica The Lancet.
Os Estados Unidos da América (EUA) são o país rico com mais casos de excesso de peso entre a população. No lado oposto está o Japão.
Os investigadores - Majid Ezzati, do Imperial College de Londres, e Salim Yusuf e Sonia Anand, do Instituto de Pesquisa da População de Hamilton, no Canadá - estudaram o excesso de peso em todo o mundo entre 1980 e 2008 em pessoas com mais de 20 anos.
Considera-se que uma pessoa tem excesso de peso quando o Índice de Massa Corporal (IMC, a relação entre o peso e a altura) é superior a 25. Num obeso, esta taxa é de pelo menos 30 e se for superior a 35 já se trata de um caso de "obesidade severa".
Em 28 anos, o IMC aumentou tanto nos homens como nas mulheres. No mundo inteiro, 1,46 mil milhões de adultos têm excesso de peso e a prevalência da obesidade quase duplicou, atingindo 205 milhões de homens e 297 milhões de mulheres, ou seja, 9,8% dos homens e 13,8% das mulheres.
Os autores do estudo destacam que o excesso de peso e a obesidade, a hipertensão e o alto nível de colesterol já não são só problemas de países ricos e alastraram a outros países mais pobres.
Foi em Nauru, uma ilha com 14 mil habitantes que fica no Pacífico Sul, que os investigadores registaram, em 2008, o maior IMC: 33,9 entre os homens e os 35 entre as mulheres. Já em 1980 era nesta ilha que se verificavam os maiores níveis de obesidade (28,1 nos homens e 28,3 nas mulheres).
A obesidade é, segundo o estudo, norma em diversas ilhas e arquipélagos da Oceânia, como as ilhas Cook, Tonga, Samoa ou Polinésia Francesa.
Já nos países ricos, os EUA, com um forte aumento desde 1980, têm o maior IMC (mais de 28), seguindo-se a Nova Zelândia. O Japão tem o IMC mais baixo (22 para as mulheres e 24 para os homens).
Caso único na Europa Ocidental e raro no mundo, o IMC baixou entre as mulheres italianas nestes 28 anos e também aumentou muito pouco na Bélgica, na Finlândia e em França.
Os investigadores lembram no estudo hoje publicado que o excesso de peso é um fator de risco importante em doenças cardiovasculares, a diabetes e o cancro, estando na origem de cerca de três milhões de mortes todos os anos.

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