As voltas do Marreta
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
quarta-feira, 27 de abril de 2011
Recuso-me a pagar a dívida do Estado!
O sociólogo Boaventura Sousa Santos defendeu hoje que os portugueses deviam recusar-se a pagar a dívida do Estado, evocando o exemplo da Islândia, ao intervir numa conferência promovida pela Associação Abril, em Lisboa.
"Nós não sabemos como chegámos a esta dívida porque ela foi feita nas nossas costas", argumentou o professor da Universidade de Coimbra, que admitiu, no entanto, que a ajuda financeira a Portugal por parte do Fundo Monetário Internacional (FMI) "é essencial".
As ideias do catedrático foram defendidas na conferência "Mundo em mudança: perspetivas de um novo modelo económico e de novos paradigmas civilizacionais", organizada no âmbito das comemorações do 25 de Abril.
Na sua intervenção, Boaventura Sousa Santos defendeu “uma democracia mais participativa” em que os cidadãos possam ter “mais poder de decisão”, sobretudo no que diz respeito à aplicação de verbas por parte do Governo.
“O cidadão pode e deve ter uma palavra para decidir onde é que o seu dinheiro é aplicado. Se isso acontecesse não tínhamos comprado submarinos, por exemplo”, sustentou.
Boaventura Sousa Santos, que dirige o Observatório Permanente de Justiça (OPJ), foi uma das personalidades recebidas pela “troika” no âmbito das negociações para a ajuda externa a Portugal.
A "troika", composta pelo FMI, Banco Central Europeu e Comissão Europeia, iniciou no dia 18 deste mês as negociações com responsáveis portugueses para delinear um plano de ajuda financeira a Portugal, após o pedido feito pelo primeiro-ministro demissionário, José Sócrates, a 06 de abril.
O Observatório Permanente da Justiça Portuguesa (OPJ) tem sede no Centro de Estudos Sociais (CES) da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, onde funciona desde 1996.
Tem como objetivo principal acompanhar e analisar o desempenho dos tribunais e de outras instituições e atividades com eles relacionados, como as polícias, as prisões, os serviços de reinserção social, os sistemas de perícias e o sistema médico-forense, as profissões jurídicas e os sistemas alternativos de resolução de litígios.
Compete-lhe, ainda, avaliar as reformas introduzidas, sugerir novas reformas e proceder a estudos comparados, fora e dentro da União Europeia. Estudos de opinião sobre o Direito e a Justiça fazem igualmente parte dos seus objetivos.
"Nós não sabemos como chegámos a esta dívida porque ela foi feita nas nossas costas", argumentou o professor da Universidade de Coimbra, que admitiu, no entanto, que a ajuda financeira a Portugal por parte do Fundo Monetário Internacional (FMI) "é essencial".
As ideias do catedrático foram defendidas na conferência "Mundo em mudança: perspetivas de um novo modelo económico e de novos paradigmas civilizacionais", organizada no âmbito das comemorações do 25 de Abril.
Na sua intervenção, Boaventura Sousa Santos defendeu “uma democracia mais participativa” em que os cidadãos possam ter “mais poder de decisão”, sobretudo no que diz respeito à aplicação de verbas por parte do Governo.
“O cidadão pode e deve ter uma palavra para decidir onde é que o seu dinheiro é aplicado. Se isso acontecesse não tínhamos comprado submarinos, por exemplo”, sustentou.
Boaventura Sousa Santos, que dirige o Observatório Permanente de Justiça (OPJ), foi uma das personalidades recebidas pela “troika” no âmbito das negociações para a ajuda externa a Portugal.
A "troika", composta pelo FMI, Banco Central Europeu e Comissão Europeia, iniciou no dia 18 deste mês as negociações com responsáveis portugueses para delinear um plano de ajuda financeira a Portugal, após o pedido feito pelo primeiro-ministro demissionário, José Sócrates, a 06 de abril.
O Observatório Permanente da Justiça Portuguesa (OPJ) tem sede no Centro de Estudos Sociais (CES) da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, onde funciona desde 1996.
Tem como objetivo principal acompanhar e analisar o desempenho dos tribunais e de outras instituições e atividades com eles relacionados, como as polícias, as prisões, os serviços de reinserção social, os sistemas de perícias e o sistema médico-forense, as profissões jurídicas e os sistemas alternativos de resolução de litígios.
Compete-lhe, ainda, avaliar as reformas introduzidas, sugerir novas reformas e proceder a estudos comparados, fora e dentro da União Europeia. Estudos de opinião sobre o Direito e a Justiça fazem igualmente parte dos seus objetivos.
quinta-feira, 14 de abril de 2011
Dia Mundial do Café
Sementes com um sabor dos diabos
O café é uma semente que nasce de um arbusto (mede entre dois e cinco metros) chamado cafeeiro e que, antes de tratada e torrada, se assemelha bastante àquelas bagas que em criança disparávamos à força de um sopro, quais índios da Amazónia, nos tubos de PVC. Do ponto de vista botânico, muito haveria a dizer sobre a planta de onde se colhe o café, mas o que realmente interessa saber é que existem cerca de 103 espécies diferentes de cafeeiros, daí as bicas que bebe terem sabores tão diferentes.
O café é uma semente que nasce de um arbusto (mede entre dois e cinco metros) chamado cafeeiro e que, antes de tratada e torrada, se assemelha bastante àquelas bagas que em criança disparávamos à força de um sopro, quais índios da Amazónia, nos tubos de PVC. Do ponto de vista botânico, muito haveria a dizer sobre a planta de onde se colhe o café, mas o que realmente interessa saber é que existem cerca de 103 espécies diferentes de cafeeiros, daí as bicas que bebe terem sabores tão diferentes.
História (muito) abreviada do café
Não há certezas quanto a datas, mas terá sido por volta de 800 d.C. que o café terá sido descoberto para o mundo, na Etiópia, onde algumas tribos usavam as sementes de cafeeiro (misturadas com tudo e mais alguma coisa) como suplemento energético. Daí terá passado para a Arábia, onde em 1000 d.C. alguém descobriu que o café podia ser torrado e bebido. À custa das invasões e das guerras, a moda espalhou-se pelo mundo e hoje não dispensamos uma bela de uma bica na esplanada.
Não há certezas quanto a datas, mas terá sido por volta de 800 d.C. que o café terá sido descoberto para o mundo, na Etiópia, onde algumas tribos usavam as sementes de cafeeiro (misturadas com tudo e mais alguma coisa) como suplemento energético. Daí terá passado para a Arábia, onde em 1000 d.C. alguém descobriu que o café podia ser torrado e bebido. À custa das invasões e das guerras, a moda espalhou-se pelo mundo e hoje não dispensamos uma bela de uma bica na esplanada.
Mundo de café
O cafeeiro desenvolve-se em regiões com temperaturas médias anuais na ordem dos 20oC, onde sol e chuva dividem irmãmente as condições climáticas, tornando os solos ricos e porosos. Ou seja, as plantações de café concentram-se exclusivamente nas zonas tropicais do planeta Terra. O Brasil está no topo da lista dos maiores produtores, com uma média de 22,5 milhões de sacos (de 60 kg) de café produzidos por ano, seguido da Colômbia (10,5 milhões) e Indonésia (6,7 milhões).
Mestre da cafeína
O segredo de uma boa bica está não só na qualidade do café como na temperatura da máquina e na forma como se tira. Portugal tem um dos melhores profissionais na área. Em Outubro de 2010, Rui Pereira Gomes, um barista leiriense de 30 anos (na altura chefe de sala do Hotel Eurosol Leiria), venceu o Campeonato Nacional de Baristas entre dez participantes, na rapidez, perícia e perfeição na extracção do melhor expresso. Um mês depois esteve em Barcelona, no Campeonato Barista entre Andorra, Espanha e Portugal, e ganhou o prémio do Melhor Expresso.
O cafeeiro desenvolve-se em regiões com temperaturas médias anuais na ordem dos 20oC, onde sol e chuva dividem irmãmente as condições climáticas, tornando os solos ricos e porosos. Ou seja, as plantações de café concentram-se exclusivamente nas zonas tropicais do planeta Terra. O Brasil está no topo da lista dos maiores produtores, com uma média de 22,5 milhões de sacos (de 60 kg) de café produzidos por ano, seguido da Colômbia (10,5 milhões) e Indonésia (6,7 milhões).
Mestre da cafeína
O segredo de uma boa bica está não só na qualidade do café como na temperatura da máquina e na forma como se tira. Portugal tem um dos melhores profissionais na área. Em Outubro de 2010, Rui Pereira Gomes, um barista leiriense de 30 anos (na altura chefe de sala do Hotel Eurosol Leiria), venceu o Campeonato Nacional de Baristas entre dez participantes, na rapidez, perícia e perfeição na extracção do melhor expresso. Um mês depois esteve em Barcelona, no Campeonato Barista entre Andorra, Espanha e Portugal, e ganhou o prémio do Melhor Expresso.
Um italiano em Lisboa
Em Portugal bebe-se bom café, graças ao italiano Antonio Marrare, o mesmo que inventou o Bife à Marrare. A história foi contada aqui no i pelo editor de opinião António Mendes Nunes: “Até ao início do século XIX o que se bebia era uma mixórdia composta por alguns grãos de café misturados com tremoço, fava, feijão e grão-de-bico bichado. Foi Marrare quem, no célebre Marrare do Polimento, ao Chiado, primeiro serviu café puro, em chávenas de porcelana e bandejas com cafeteira, açucareiro e colheres, tudo em prata.”
O cimbalino
Os lisboetas pedem uma bica (porque a máquina tem uma espécie de bica, de onde sai o café), os portistas um cimbalino. E porquê? Porque no Porto um dos primeiros cafés a tirar expressos, o Âncora de Ouro, em 1957, tinha uma máquina da marca italiana La Cimbali. Para distinguir café de máquina do de saco, os clientes que queriam expressos começaram a pedir cimbalinos, uma tradição que se manteve até aos dias de hoje.
A bica mais cara do mundo
Uma bica do Kopi Luwak produzido na Indonésia pode custar 60 euros. Porquê? É feita com grãos de café que passaram pelo sistema digestivo da civeta (um mamífero carnívoro), onde uma enzima reduz o sabor amargo dos grãos de café e o torna mais aromático e doce. Os grãos são apanhados das fezes e os bichos só conseguem expelir cerca de 230 kg por ano.
Café terapêutico
O café está ao nível de produtos polémicos como o azeite: um ano é a melhor gordura do mundo, no outro seguinte alguém descobre que faz muito mal ao coração. Recentemente, um grupo de investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular de Coimbra descobriu que a ingestão de doses moderadas de café diminuía a incidência de doenças ligadas ao cérebro, como o Alzheimer, por exemplo.
Instituto Cafeeiro Português
Apesar de não sermos um país produtor de café, temos um papel determinante nesta indústria. Não porque o bebemos quase todos os dias a seguir às refeições, mas porque Portugal tem em Oeiras, desde 1955, o único centro de Investigação das Ferrugens do Cafeeiro do Mundo, onde se estuda as doenças que afectam a planta do café (como a ferrugem amarela e a antracnose dos frutos verdes) e que criou 90% das espécies resistentes de cafeeiros que são plantadas por todo o planeta.
Um abatanado, se faz favor
Os portugueses são especialistas a tirar e pedir bicas. Entre os pedidos clássicos estão a bica em chávena escaldada (com o vapor da máquina), o café pingado (com umas gotas de leite), o café com cheirinho (com uns pingos generosos de aguardente ou bagaço), o carioca (um café mais fraco, que normalmente é tirado aproveitando as borras do último café tirado), o garoto (um café pingado com mais leite) e o misterioso abatanado, que mais não é do que um expresso longo servido em chávena de meia de leite.
Em Portugal bebe-se bom café, graças ao italiano Antonio Marrare, o mesmo que inventou o Bife à Marrare. A história foi contada aqui no i pelo editor de opinião António Mendes Nunes: “Até ao início do século XIX o que se bebia era uma mixórdia composta por alguns grãos de café misturados com tremoço, fava, feijão e grão-de-bico bichado. Foi Marrare quem, no célebre Marrare do Polimento, ao Chiado, primeiro serviu café puro, em chávenas de porcelana e bandejas com cafeteira, açucareiro e colheres, tudo em prata.”
O cimbalino
Os lisboetas pedem uma bica (porque a máquina tem uma espécie de bica, de onde sai o café), os portistas um cimbalino. E porquê? Porque no Porto um dos primeiros cafés a tirar expressos, o Âncora de Ouro, em 1957, tinha uma máquina da marca italiana La Cimbali. Para distinguir café de máquina do de saco, os clientes que queriam expressos começaram a pedir cimbalinos, uma tradição que se manteve até aos dias de hoje.
A bica mais cara do mundo
Uma bica do Kopi Luwak produzido na Indonésia pode custar 60 euros. Porquê? É feita com grãos de café que passaram pelo sistema digestivo da civeta (um mamífero carnívoro), onde uma enzima reduz o sabor amargo dos grãos de café e o torna mais aromático e doce. Os grãos são apanhados das fezes e os bichos só conseguem expelir cerca de 230 kg por ano.
Café terapêutico
O café está ao nível de produtos polémicos como o azeite: um ano é a melhor gordura do mundo, no outro seguinte alguém descobre que faz muito mal ao coração. Recentemente, um grupo de investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular de Coimbra descobriu que a ingestão de doses moderadas de café diminuía a incidência de doenças ligadas ao cérebro, como o Alzheimer, por exemplo.
Instituto Cafeeiro Português
Apesar de não sermos um país produtor de café, temos um papel determinante nesta indústria. Não porque o bebemos quase todos os dias a seguir às refeições, mas porque Portugal tem em Oeiras, desde 1955, o único centro de Investigação das Ferrugens do Cafeeiro do Mundo, onde se estuda as doenças que afectam a planta do café (como a ferrugem amarela e a antracnose dos frutos verdes) e que criou 90% das espécies resistentes de cafeeiros que são plantadas por todo o planeta.
Um abatanado, se faz favor
Os portugueses são especialistas a tirar e pedir bicas. Entre os pedidos clássicos estão a bica em chávena escaldada (com o vapor da máquina), o café pingado (com umas gotas de leite), o café com cheirinho (com uns pingos generosos de aguardente ou bagaço), o carioca (um café mais fraco, que normalmente é tirado aproveitando as borras do último café tirado), o garoto (um café pingado com mais leite) e o misterioso abatanado, que mais não é do que um expresso longo servido em chávena de meia de leite.
quarta-feira, 13 de abril de 2011
Otelo Saraiva de Carvalho e a Crise...
Otelo Saraiva de Carvalho ouve todos os dias populares dizerem-lhe que o que faz falta é uma nova revolução, mas, 37 anos depois, garante que, se soubesse como o país ia ficar, não teria realizado o 25 de abril. Aos 75 anos, Otelo mantém a boa disposição e fala da revolução dos cravos como se esta tivesse acontecido há dois dias. Recorda os propósitos, enumera nomes, sabe de cor as funções de cada um dos intervenientes, é rigoroso nas memórias, embora reconheça que ainda hoje vai sabendo de contributos de anónimos que revelam, tantas décadas depois, o papel que desempenharam no golpe que deitou por terra uma ditadura de 28 anos. Essa permanente atualização tem justificado, entre outros propósitos, a sua obra literária, como o mais recente "O dia inicial", que conta a história do 25 de abril "hora a hora". Apesar de estar associado ao movimento dos "capitães de abril" e aceitar o papel que a história lhe atribuiu nesta revolução, Otelo não esconde algum desânimo. Ele, que se assume como um "otimista por natureza". "Sou um otimista por natureza, mas é muito difícil encarar o futuro com otimismo. O nosso país não tem recursos naturais e a única riqueza que tem é o seu povo", disse, em entrevista à Agência Lusa. Otelo lamenta as "enormes diferenças de carácter salarial" que existem na sociedade portuguesa e vai desfiando nomes de personalidades públicas, cujo vencimento o indigna. "Não posso aceitar essas diferenças. A mim, chocam-me. Então e os outros? Os que se levantam às 05:00 para ir trabalhar na fábrica e na lavoura e chegam ao fim do mês com uma miséria de ordenado?", questiona, sem esconder o desânimo. Para este eterno capitão de abril, o que mais o desilude é "questões que considerava muito importantes no programa político do Movimento das Forças Armadas (MFA) não terem sido cumpridas". Uma delas, que considera "crucial", era a criação de um sistema que elevasse rapidamente o nível social, económico e cultural de todo um povo que viveu 48 anos debaixo de uma ditadura". "Este povo, que viveu 48 anos sob uma ditadura militar e fascista merecia mais do que dois milhões de portugueses a viverem em estado de pobreza", adiantou. Esses milhões, sublinhou, significa que "não foram alcançados os objetivos" do 25 de abril. Por esta, e outras razões, Otelo Saraiva de Carvalho garante que hoje em dia não faria a revolução, se soubesse que o país iria estar no estado em que está. "Pedia a demissão de oficial do exército, nunca mais punha os pés no quartel, pois não queria assumir esta responsabilidade", frisou. Otelo justifica: "O 25 de abril é feito em termos de pensamento político, com a vontade firme de mudar a situação e desenvolver rapidamente o nível económico, social e cultural do povo. Isso não foi feito, ou feito muito lentamente". "Fizeram-se coisas importantes no campo da educação e da saúde, mas muito delas têm vindo a ser cortadas agora outra vez", lamentou. "Não teria feito o 25 de abril se pensasse que íamos cair na situação em que estamos atualmente. Teria pedido a demissão de oficial do Exército e, se calhar, como muitos jovens têm feito atualmente, tinha ido para o estrangeiro", concluiu.
quarta-feira, 23 de março de 2011
"Geração à Rasca"... a nossa culpa, por Mia Couto
Um dia, isto tinha de acontecer.
Existe uma geração à rasca?
Existe mais do que uma! Certamente!
Está à rasca a geração dos pais que educaram os seus meninos numa abastança caprichosa, protegendo-os de dificuldades e escondendo-lhes as agruras da vida.
Está à rasca a geração dos filhos que nunca foram ensinados a lidar com frustrações.
A ironia de tudo isto é que os jovens que agora se dizem (e também estão) à rasca são os que mais tiveram tudo.
Nunca nenhuma geração foi, como esta, tão privilegiada na sua infância e na sua adolescência. E nunca a sociedade exigiu tão pouco aos seus jovens como lhes tem sido exigido nos últimos anos.
Deslumbradas com a melhoria significativa das condições de vida, a minha geração e as seguintes (actualmente entre os 30 e os 50 anos) vingaram-se das dificuldades em que foram criadas, no antes ou no pós 1974, e quiseram dar aos seus filhos o melhor.
Ansiosos por sublimar as suas próprias frustrações, os pais investiram nos seus descendentes: proporcionaram-lhes os estudos que fazem deles a geração mais qualificada de sempre (já lá vamos...), mas também lhes deram uma vida desafogada, mimos e mordomias, entradas nos locais de diversão, cartas de condução e 1º automóvel, depósitos de combustível cheios, dinheiro no bolso para que nada lhes faltasse. Mesmo quando as expectativas de primeiro emprego saíram goradas, a família continuou presente, a garantir aos filhos cama, mesa e roupa lavada.
Durante anos, acreditaram estes pais e estas mães estar a fazer o melhor; o dinheiro ia chegando para comprar (quase) tudo, quantas vezes em substituição de princípios e de uma educação para a qual não havia tempo, já que ele era todo para o trabalho, garante do ordenado com que se compra (quase) tudo. E éramos (quase) todos felizes.
Depois, veio a crise, o aumento do custo de vida, o desemprego, ... A vaquinha emagreceu, feneceu, secou.
Foi então que os pais ficaram à rasca. Os pais à rasca não vão a um concerto, mas os seus rebentos enchem Pavilhões Atlânticos e festivais de música e bares e discotecas onde não se entra à borla nem se consome fiado.
Os pais à rasca deixaram de ir ao restaurante, para poderem continuar a pagar restaurante aos filhos, num país onde uma festa de aniversário de adolescente que se preza é no restaurante e vedada a pais.
São pais que contam os cêntimos para pagar à rasca as contas da água e da luz e do resto, e que abdicam dos seus pequenos prazeres para que os filhos não prescindam da internet de banda larga a alta velocidade, nem dos qualquercoisaphones ou pads, sempre de última geração.
São estes pais mesmo à rasca, que já não aguentam, que começam a ter de dizer "não". É um "não" que nunca ensinaram os filhos a ouvir, e que por isso eles não suportam, nem compreendem, porque eles têm direitos, porque eles têm necessidades, porque eles têm expectativas, porque lhes disseram que eles são muito bons e eles querem, e querem, querem o que já ninguém lhes pode dar!
A sociedade colhe assim hoje os frutos do que semeou durante pelo menos duas décadas.
Eis agora uma geração de pais impotentes e frustrados.
Eis agora uma geração jovem altamente qualificada, que andou muito por escolas e universidades mas que estudou pouco e que aprendeu e sabe na proporção do que estudou. Uma geração que colecciona diplomas com que o país lhes alimenta o ego insuflado, mas que são uma ilusão, pois
correspondem a pouco conhecimento teórico e a duvidosa capacidade
operacional.
Eis uma geração que vai a toda a parte, mas que não sabe estar em sítio nenhum. Uma geração que tem acesso a informação sem que isso signifique que é informada; uma geração dotada de trôpegas competências de leitura e interpretação da realidade em que se insere.
Eis uma geração habituada a comunicar por abreviaturas e frustrada por não poder abreviar do mesmo modo o caminho para o sucesso. Uma geração que deseja saltar as etapas da ascensão social à mesma velocidade que queimou etapas de crescimento. Uma geração que distingue mal a diferença entre emprego e trabalho, ambicionando mais aquele do que este, num tempo em que nem um nem outro abundam.
Eis uma geração que, de repente, se apercebeu que não manda no mundo como mandou nos pais e que agora quer ditar regras à sociedade como as foi ditando à escola, alarvemente e sem maneiras.
Eis uma geração tão habituada ao muito e ao supérfluo que o pouco não lhe chega e o acessório se lhe tornou indispensável.
Eis uma geração consumista, insaciável e completamente desorientada.
Eis uma geração preparadinha para ser arrastada, para servir de montada a quem é exímio na arte de cavalgar demagogicamente sobre o desespero alheio.
Há talento e cultura e capacidade e competência e solidariedade e inteligência nesta geração?
Claro que há. Conheço uns bons e valentes punhados de exemplos!
Os jovens que detêm estas capacidades-características não encaixam no retrato colectivo, pouco se identificam com os seus contemporâneos, e nem são esses que se queixam assim (embora estejam à rasca, como todos nós).
Chego a ter a impressão de que, se alguns jovens mais inflamados pudessem, atirariam ao tapete os seus contemporâneos que trabalham bem, os que são empreendedores, os que conseguem bons resultados académicos, porque, que inveja!, que chatice!, são betinhos, cromos que só estorvam os outros (como se viu no último Prós e Contras) e, oh, injustiça!, já estão a ser capazes de abarbatar bons ordenados e a subir na vida.
E nós, os mais velhos, estaremos em vias de ser caçados à entrada dos nossos locais de trabalho, para deixarmos livres os invejados lugares a que alguns acham ter direito e que pelos vistos - e a acreditar no que ultimamente ouvimos de algumas almas - ocupamos injusta, imerecida e indevidamente?!!!
Novos e velhos, todos estamos à rasca.
Apesar do tom desta minha prosa, o que eu tenho mesmo é pena destes jovens.
Tudo o que atrás escrevi serve apenas para demonstrar a minha firme convicção de que a culpa não é deles.
A culpa de tudo isto é nossa, que não soubemos formar nem educar, nem fazer melhor, mas é uma culpa que morre solteira, porque é de todos, e a sociedade não consegue, não quer, não pode assumi-la.
Curiosamente, não é desta culpa maior que os jovens agora nos acusam.
Haverá mais triste prova do nosso falhanço?
Pode ser que tudo isto não passe de alarmismo, de um exagero meu, de uma generalização injusta.
Pode ser que nada/ninguém seja assim.
Existe uma geração à rasca?
Existe mais do que uma! Certamente!
Está à rasca a geração dos pais que educaram os seus meninos numa abastança caprichosa, protegendo-os de dificuldades e escondendo-lhes as agruras da vida.
Está à rasca a geração dos filhos que nunca foram ensinados a lidar com frustrações.
A ironia de tudo isto é que os jovens que agora se dizem (e também estão) à rasca são os que mais tiveram tudo.
Nunca nenhuma geração foi, como esta, tão privilegiada na sua infância e na sua adolescência. E nunca a sociedade exigiu tão pouco aos seus jovens como lhes tem sido exigido nos últimos anos.
Deslumbradas com a melhoria significativa das condições de vida, a minha geração e as seguintes (actualmente entre os 30 e os 50 anos) vingaram-se das dificuldades em que foram criadas, no antes ou no pós 1974, e quiseram dar aos seus filhos o melhor.
Ansiosos por sublimar as suas próprias frustrações, os pais investiram nos seus descendentes: proporcionaram-lhes os estudos que fazem deles a geração mais qualificada de sempre (já lá vamos...), mas também lhes deram uma vida desafogada, mimos e mordomias, entradas nos locais de diversão, cartas de condução e 1º automóvel, depósitos de combustível cheios, dinheiro no bolso para que nada lhes faltasse. Mesmo quando as expectativas de primeiro emprego saíram goradas, a família continuou presente, a garantir aos filhos cama, mesa e roupa lavada.
Durante anos, acreditaram estes pais e estas mães estar a fazer o melhor; o dinheiro ia chegando para comprar (quase) tudo, quantas vezes em substituição de princípios e de uma educação para a qual não havia tempo, já que ele era todo para o trabalho, garante do ordenado com que se compra (quase) tudo. E éramos (quase) todos felizes.
Depois, veio a crise, o aumento do custo de vida, o desemprego, ... A vaquinha emagreceu, feneceu, secou.
Foi então que os pais ficaram à rasca. Os pais à rasca não vão a um concerto, mas os seus rebentos enchem Pavilhões Atlânticos e festivais de música e bares e discotecas onde não se entra à borla nem se consome fiado.
Os pais à rasca deixaram de ir ao restaurante, para poderem continuar a pagar restaurante aos filhos, num país onde uma festa de aniversário de adolescente que se preza é no restaurante e vedada a pais.
São pais que contam os cêntimos para pagar à rasca as contas da água e da luz e do resto, e que abdicam dos seus pequenos prazeres para que os filhos não prescindam da internet de banda larga a alta velocidade, nem dos qualquercoisaphones ou pads, sempre de última geração.
São estes pais mesmo à rasca, que já não aguentam, que começam a ter de dizer "não". É um "não" que nunca ensinaram os filhos a ouvir, e que por isso eles não suportam, nem compreendem, porque eles têm direitos, porque eles têm necessidades, porque eles têm expectativas, porque lhes disseram que eles são muito bons e eles querem, e querem, querem o que já ninguém lhes pode dar!
A sociedade colhe assim hoje os frutos do que semeou durante pelo menos duas décadas.
Eis agora uma geração de pais impotentes e frustrados.
Eis agora uma geração jovem altamente qualificada, que andou muito por escolas e universidades mas que estudou pouco e que aprendeu e sabe na proporção do que estudou. Uma geração que colecciona diplomas com que o país lhes alimenta o ego insuflado, mas que são uma ilusão, pois
correspondem a pouco conhecimento teórico e a duvidosa capacidade
operacional.
Eis uma geração que vai a toda a parte, mas que não sabe estar em sítio nenhum. Uma geração que tem acesso a informação sem que isso signifique que é informada; uma geração dotada de trôpegas competências de leitura e interpretação da realidade em que se insere.
Eis uma geração habituada a comunicar por abreviaturas e frustrada por não poder abreviar do mesmo modo o caminho para o sucesso. Uma geração que deseja saltar as etapas da ascensão social à mesma velocidade que queimou etapas de crescimento. Uma geração que distingue mal a diferença entre emprego e trabalho, ambicionando mais aquele do que este, num tempo em que nem um nem outro abundam.
Eis uma geração que, de repente, se apercebeu que não manda no mundo como mandou nos pais e que agora quer ditar regras à sociedade como as foi ditando à escola, alarvemente e sem maneiras.
Eis uma geração tão habituada ao muito e ao supérfluo que o pouco não lhe chega e o acessório se lhe tornou indispensável.
Eis uma geração consumista, insaciável e completamente desorientada.
Eis uma geração preparadinha para ser arrastada, para servir de montada a quem é exímio na arte de cavalgar demagogicamente sobre o desespero alheio.
Há talento e cultura e capacidade e competência e solidariedade e inteligência nesta geração?
Claro que há. Conheço uns bons e valentes punhados de exemplos!
Os jovens que detêm estas capacidades-características não encaixam no retrato colectivo, pouco se identificam com os seus contemporâneos, e nem são esses que se queixam assim (embora estejam à rasca, como todos nós).
Chego a ter a impressão de que, se alguns jovens mais inflamados pudessem, atirariam ao tapete os seus contemporâneos que trabalham bem, os que são empreendedores, os que conseguem bons resultados académicos, porque, que inveja!, que chatice!, são betinhos, cromos que só estorvam os outros (como se viu no último Prós e Contras) e, oh, injustiça!, já estão a ser capazes de abarbatar bons ordenados e a subir na vida.
E nós, os mais velhos, estaremos em vias de ser caçados à entrada dos nossos locais de trabalho, para deixarmos livres os invejados lugares a que alguns acham ter direito e que pelos vistos - e a acreditar no que ultimamente ouvimos de algumas almas - ocupamos injusta, imerecida e indevidamente?!!!
Novos e velhos, todos estamos à rasca.
Apesar do tom desta minha prosa, o que eu tenho mesmo é pena destes jovens.
Tudo o que atrás escrevi serve apenas para demonstrar a minha firme convicção de que a culpa não é deles.
A culpa de tudo isto é nossa, que não soubemos formar nem educar, nem fazer melhor, mas é uma culpa que morre solteira, porque é de todos, e a sociedade não consegue, não quer, não pode assumi-la.
Curiosamente, não é desta culpa maior que os jovens agora nos acusam.
Haverá mais triste prova do nosso falhanço?
Pode ser que tudo isto não passe de alarmismo, de um exagero meu, de uma generalização injusta.
Pode ser que nada/ninguém seja assim.
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
Fair-Play é mesmo uma treta
Este vídeo chega de Itália, do jogo entre o Foggia e o Gela, a contar para a Série C (terceira divisão). O encontro terminou com um empate (2-2) e o golo que estabeleceu o resultado final deu início a uma batalha campal. Mas sobre isso pode ver no vídeo.
Nesta altura convém dizer que tudo começou quando os jogadores do Gela deitaram a bola fora para um adversário do Foggia (que estava no chão) receber assistência médica. Só que os jogadores do Foggia não devolveram a bola: antes fizeram um golo.
Enquanto o jogador lesionado se levantava, os colegas aproveitaram a desconcentração para fazer um lançamento lateral longo e fazer golo. Logo que a bola passou a linha de baliza, os atletas do Gela iniciaram as agressões. Até a polícia entrou em campo.
Nesta altura convém dizer que tudo começou quando os jogadores do Gela deitaram a bola fora para um adversário do Foggia (que estava no chão) receber assistência médica. Só que os jogadores do Foggia não devolveram a bola: antes fizeram um golo.
Enquanto o jogador lesionado se levantava, os colegas aproveitaram a desconcentração para fazer um lançamento lateral longo e fazer golo. Logo que a bola passou a linha de baliza, os atletas do Gela iniciaram as agressões. Até a polícia entrou em campo.
sábado, 26 de fevereiro de 2011
Brasil: 84 milhões de preservativos vão ser distribuídos gratuitamente durante Carnaval
Cerca de 84 milhões de preservativos serão distribuídos gratuitamente durante o Carnaval deste ano, em todo o Brasil, para prevenir a transmissão da sida, anunciou hoje o Ministério da Saúde.
A distribuição insere-se numa campanha publicitária educativa dirigida a jovens entre os 15 e 24 anos, faixa etária onde o número de contaminações está a aumentar, segundo as estatísticas oficiais.
"Em cada dez meninas infetadas, há oito meninos com a doença", apontou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ao anunciar a campanha, em Brasília.
O ministro disse que a falsa perceção de segurança no parceiro, a idealização romântica e a necessidade de provar confiança fazem com que as raparigas não utilizem o preservativo.
A campanha inclui anúncios de rádio, televisão e em sítios da internet, com expressões como "Sem camisinha, não dá".
Estatísticas apontam para cerca de 630 mil contaminados pelo vírus da Sida no Brasil, país cuja política de prevenção e de tratamento da doença já recebeu prémios internacionais pelos resultados alcançados.
A distribuição insere-se numa campanha publicitária educativa dirigida a jovens entre os 15 e 24 anos, faixa etária onde o número de contaminações está a aumentar, segundo as estatísticas oficiais.
"Em cada dez meninas infetadas, há oito meninos com a doença", apontou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ao anunciar a campanha, em Brasília.
O ministro disse que a falsa perceção de segurança no parceiro, a idealização romântica e a necessidade de provar confiança fazem com que as raparigas não utilizem o preservativo.
A campanha inclui anúncios de rádio, televisão e em sítios da internet, com expressões como "Sem camisinha, não dá".
Estatísticas apontam para cerca de 630 mil contaminados pelo vírus da Sida no Brasil, país cuja política de prevenção e de tratamento da doença já recebeu prémios internacionais pelos resultados alcançados.
Ambulância em serviço de urgência mandada retirar para carro de ministro passar
Uma ambulância do INEM em serviço de urgência a uma idosa com suspeitas de estar a sofrer um enfarte foi obrigada a abandonar a rua onde se encontrava para deixar passar o carro do ministro da Justiça, revelou ontem a TVI.
O caso, confirmado pelo INEM, aconteceu na passada quinta-feira, por volta das 12h30, e indignou os vizinhos que relataram o episódio à TVI. Os homens do instituto de emergência assistiam uma idosa com suspeitas de estar a sofrer um enfarte no interior sua casa, na Rua da Quintinha, enquanto a ambulância aguardava para a transportar ao hospital. Como é norma o veículo fica ligado a assinalar a urgência enquanto os técnicos do INEM socorrem a vítima.
Enquanto a idosa era assistida, um elemento da PSP, que faz a segurança do ministro Alberto Martins, ordenou que a ambulância fosse retirada do local para o carro do ministro, que mora perto, passar. A viatura ao serviço de Alberto Martins ia buscar o ministro a casa.
Ambulância acabou por regressar à residência da idosa algum tempo depois, segundo os vizinhos, e acabou por transportar a doente ao hospital.
O INEM revelou à TVI que o incidente não afectou o socorro da vítima que já está em casa após internamento hospitalar. O responsável pela comunicação do INEM afirmou que por norma ninguém pode mudar uma ambulância de local.
Contactado pela estação de televisão, o gabinete do ministro Alberto Martins disse desconhecer em absoluto a situação.
Já a PSP garantiu que os agentes podem retirar uma ambulância de um local por motivos de força maior.
O caso, confirmado pelo INEM, aconteceu na passada quinta-feira, por volta das 12h30, e indignou os vizinhos que relataram o episódio à TVI. Os homens do instituto de emergência assistiam uma idosa com suspeitas de estar a sofrer um enfarte no interior sua casa, na Rua da Quintinha, enquanto a ambulância aguardava para a transportar ao hospital. Como é norma o veículo fica ligado a assinalar a urgência enquanto os técnicos do INEM socorrem a vítima.
Enquanto a idosa era assistida, um elemento da PSP, que faz a segurança do ministro Alberto Martins, ordenou que a ambulância fosse retirada do local para o carro do ministro, que mora perto, passar. A viatura ao serviço de Alberto Martins ia buscar o ministro a casa.
Ambulância acabou por regressar à residência da idosa algum tempo depois, segundo os vizinhos, e acabou por transportar a doente ao hospital.
O INEM revelou à TVI que o incidente não afectou o socorro da vítima que já está em casa após internamento hospitalar. O responsável pela comunicação do INEM afirmou que por norma ninguém pode mudar uma ambulância de local.
Contactado pela estação de televisão, o gabinete do ministro Alberto Martins disse desconhecer em absoluto a situação.
Já a PSP garantiu que os agentes podem retirar uma ambulância de um local por motivos de força maior.
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
Bêbedo a tentar subir rua torna-se êxito na Internet
O momento dura três longos minutos para o seu protagonista: um britânico decidiu captar em vídeo, a partir do seu carro, as tentativas de um bêbedo a tentar subir uma rua.
O estado de embriaguez é tão elevado, que muitos dos esforços revelam-se infrutíferos e o homem não consegue avançar na direcção que pretende.
No total, consegue andar cerca de nove metros e acaba por cair.
O vídeo tornou-se, entretanto, um sucesso nas redes sociais.
O estado de embriaguez é tão elevado, que muitos dos esforços revelam-se infrutíferos e o homem não consegue avançar na direcção que pretende.
No total, consegue andar cerca de nove metros e acaba por cair.
O vídeo tornou-se, entretanto, um sucesso nas redes sociais.
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
Criança sobreviveu ao abutre, fotógrafo sucumbiu à dor
O fotógrafo sucumbiu ao arrependimento e suicidou-se. A opinião pública crucificou Kevin Carter, mas, 18 anos volvidos, sabe-se que a criança que parece prestar-se a servir de pasto ao abutre sobreviveu à fome e à guerra no Sudão.
Kevin Carter disparou, em 1993, no Sudão, a foto que lhe viria a custar a vida, paradoxalmente, eternizando o fotógrafo sul-africano na galeria dos maiores repórteres fotográficos de sempre, com um "frame" icónico, um retrato de uma tragédia que não precisa de uma sílaba sequer.
Quando fotografou aquela cena, em Ayod, no Sudão, em 1993, Kavin Carter terá visto, como quase toda a gente, na imagem de um abutre postado atrás de uma criança desnutrida, a metáfora perfeita para a fome que grassava, e matava, no Sudão.
Disparou e pouco depois entrou no avião. O New York Times publicou a foto, que em 1994 viria a ganhar o prestigiado prémio Pulitzer. Kevin Carter não suportou a glória de uma imagem que lhe recordaria a sua própria mortalidade, a sua própria face humana, que naquela tarde de 1993, no Sudão, se deixou dominar pelo brio profissional de capturar a imagem que melhor demonstrasse a tragédia que varria o Sudão. Conseguiu-o.
O Mundo viu, nessa foto, a morte e a fome, a morte pela fome. A opinião pública apressou-se a julgar e a condenar sumariamente a alegada frieza com que teria agido Kevin Carter, considerando que o fotógrafo poderia, e deveria, ter feito alguma coisa para salvar a criança. Kevin sentiu o mesmo e foi essa dor que o levou a pôr termo à própria vida, incapaz de suportar a ideia de não ter ajudado a salvar uma vida.
Kevin Carter disparou, em 1993, no Sudão, a foto que lhe viria a custar a vida, paradoxalmente, eternizando o fotógrafo sul-africano na galeria dos maiores repórteres fotográficos de sempre, com um "frame" icónico, um retrato de uma tragédia que não precisa de uma sílaba sequer.
Quando fotografou aquela cena, em Ayod, no Sudão, em 1993, Kavin Carter terá visto, como quase toda a gente, na imagem de um abutre postado atrás de uma criança desnutrida, a metáfora perfeita para a fome que grassava, e matava, no Sudão.
Disparou e pouco depois entrou no avião. O New York Times publicou a foto, que em 1994 viria a ganhar o prestigiado prémio Pulitzer. Kevin Carter não suportou a glória de uma imagem que lhe recordaria a sua própria mortalidade, a sua própria face humana, que naquela tarde de 1993, no Sudão, se deixou dominar pelo brio profissional de capturar a imagem que melhor demonstrasse a tragédia que varria o Sudão. Conseguiu-o.
O Mundo viu, nessa foto, a morte e a fome, a morte pela fome. A opinião pública apressou-se a julgar e a condenar sumariamente a alegada frieza com que teria agido Kevin Carter, considerando que o fotógrafo poderia, e deveria, ter feito alguma coisa para salvar a criança. Kevin sentiu o mesmo e foi essa dor que o levou a pôr termo à própria vida, incapaz de suportar a ideia de não ter ajudado a salvar uma vida.
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
Casal fotografa criatura estranha em lago
O casal britânico Tom Pickles e Sarah Harrington afirmou ter fotografado com um telemóvel uma criatura estranha no lago Windermer, Inglaterra, quando andava de caiaque.
Ao britânico ‘Daily Mail’, o casal contou que navegava a cerca de 275 metros da praia, quando viu algo do tamanho de três carros a mover-se rapidamente sobre a água.
“Primeiro, pensei que fosse um cachorro”, começou por contar Tom, acrescentando: “Então, percebi que era muito maior e que se deslocava rapidamente”.
Ao britânico ‘Daily Mail’, o casal contou que navegava a cerca de 275 metros da praia, quando viu algo do tamanho de três carros a mover-se rapidamente sobre a água.
“Primeiro, pensei que fosse um cachorro”, começou por contar Tom, acrescentando: “Então, percebi que era muito maior e que se deslocava rapidamente”.
Matou a mãe porque ela lhe tirou a Playstation
Um rapaz americano de 16 anos terá confessado que matou a mãe de forma brutal porque ela lhe tirou a PlayStation na sequência de uma discussão.
Segundo o jornal "New York Daily News", Kendall Anderson, de 16 anos, terá batido pelo menos 20 vezes com um martelo na mãe, Rashida Anderson, de 37 anos, porque depois de uma longa discussão esta decidiu tirar-lhe a consola de jogos PlayStation. O jovem terá confessado à polícia que demorou três horas a decidir se deveria ou não matar a mãe.
Ontem, 17 de Fevereiro, o relatório da alegada confissão foi lido no Tribunal Municipal de Philadelphia: depois de agredir a mãe com um martelo enquanto ela dormia, Kendall tê-la-á atirado pelas escadas da casa abaixo e tentado "cremá-la" no forno da cozinha. De seguida, ter-lhe-á batido com uma cadeira e escondido o corpo num beco atrás da casa, no sul de Philadelphia. O crime foi cometido a 26 de Novembro, um dia depois do feriado de Acção de Graças.
Na confissão, Kendall Anderson ter-se-á declarado arrependido e dito que sentia falta da mãe por ser "a única pessoa" que se preocupava com ele. Kendall foi acusado de homicídio, posse de arma de crime e profanação de cadáver, e vai ser julgado como adulto.
Segundo o jornal "New York Daily News", Kendall Anderson, de 16 anos, terá batido pelo menos 20 vezes com um martelo na mãe, Rashida Anderson, de 37 anos, porque depois de uma longa discussão esta decidiu tirar-lhe a consola de jogos PlayStation. O jovem terá confessado à polícia que demorou três horas a decidir se deveria ou não matar a mãe.
Ontem, 17 de Fevereiro, o relatório da alegada confissão foi lido no Tribunal Municipal de Philadelphia: depois de agredir a mãe com um martelo enquanto ela dormia, Kendall tê-la-á atirado pelas escadas da casa abaixo e tentado "cremá-la" no forno da cozinha. De seguida, ter-lhe-á batido com uma cadeira e escondido o corpo num beco atrás da casa, no sul de Philadelphia. O crime foi cometido a 26 de Novembro, um dia depois do feriado de Acção de Graças.
Na confissão, Kendall Anderson ter-se-á declarado arrependido e dito que sentia falta da mãe por ser "a única pessoa" que se preocupava com ele. Kendall foi acusado de homicídio, posse de arma de crime e profanação de cadáver, e vai ser julgado como adulto.
Investigador de Coimbra descobriu marcador para determinar risco cardiovascular em pessoas saudáveis
Um investigador de Coimbra anunciou hoje a descoberta de um novo marcador para determinar o risco cardiovascular em pessoas aparentemente saudáveis, através de uma técnica que mede a elasticidade das artérias.
"A Velocidade de Onda de Pulso Aórtica (VOP) é uma técnica muito importante para detetar riscos em pessoas abaixo dos 50 anos ou que ainda não sofrem de doenças como a diabetes e hipertensão", explicou à agência Lusa o médico João Maldonado, do Instituto de Investigação e Formação Cardiovascular de Coimbra.
Trata-se, segundo o especialista, de um "marcador muito simples, que é o método mais fidedigno para avaliar a sensibilidade das nossas artérias", que permite saber os "parâmetros considerados normais para cada faixa etária e antecipar o aparecimento de doenças que podem ser prevenidas e tratadas precocemente".
O estudo foi hoje apresentado no Congresso Português de Hipertensão, que teve início em Vilamoura, no Algarve, e se prolonga até ao próximo domingo.
A equipa de João Maldonado identificou a utilidade da Velocidade de Onda de Pulso Aórtica (VOP) como marcador de um risco latente de eventos cardiovasculares, através de um exame que se baseia no registo das ondas de pressão que acompanham a expulsão do sangue em cada contração cardíaca.
"A velocidade com que as ondas de pressão progridem determina o estado de rigidez arterial (quando a velocidade é elevada) ou a sua boa distensibilidade (quando a velocidade é reduzida), sendo assim o parâmetro denominado a Velocidade da Onda de Pulso Arterial (VOP)", explica o médico.
Segundo João Maldonado, trata-se de um exame simples e "fortemente discriminador do risco cardiovascular", podendo ser comparado, em termos de exigência técnica, à realização de um electrocardiograma.
O estudo desenvolvido pela equipa de João Maldonado durou seis anos e incidiu sobre mais de 2000 pacientes, demonstrando que existe um risco cinco vezes superior para ocorrência de um evento cardiovascular quando se regista uma rigidez arterial elevada (medida pela VOP através de um electrocardiograma).
"Uma das maiores preocupações da investigação na área cardiovascular tem assentado na tentativa de descobrir indicadores fiáveis que facultem a caracterização precoce do impacto de patologias, como a hipertensão arterial, a diabetes e a aterosclerose e que sirvam simultaneamente como orientadores da eficácia das terapêuticas", sublinhou.
"A Velocidade de Onda de Pulso Aórtica (VOP) é uma técnica muito importante para detetar riscos em pessoas abaixo dos 50 anos ou que ainda não sofrem de doenças como a diabetes e hipertensão", explicou à agência Lusa o médico João Maldonado, do Instituto de Investigação e Formação Cardiovascular de Coimbra.
Trata-se, segundo o especialista, de um "marcador muito simples, que é o método mais fidedigno para avaliar a sensibilidade das nossas artérias", que permite saber os "parâmetros considerados normais para cada faixa etária e antecipar o aparecimento de doenças que podem ser prevenidas e tratadas precocemente".
O estudo foi hoje apresentado no Congresso Português de Hipertensão, que teve início em Vilamoura, no Algarve, e se prolonga até ao próximo domingo.
A equipa de João Maldonado identificou a utilidade da Velocidade de Onda de Pulso Aórtica (VOP) como marcador de um risco latente de eventos cardiovasculares, através de um exame que se baseia no registo das ondas de pressão que acompanham a expulsão do sangue em cada contração cardíaca.
"A velocidade com que as ondas de pressão progridem determina o estado de rigidez arterial (quando a velocidade é elevada) ou a sua boa distensibilidade (quando a velocidade é reduzida), sendo assim o parâmetro denominado a Velocidade da Onda de Pulso Arterial (VOP)", explica o médico.
Segundo João Maldonado, trata-se de um exame simples e "fortemente discriminador do risco cardiovascular", podendo ser comparado, em termos de exigência técnica, à realização de um electrocardiograma.
O estudo desenvolvido pela equipa de João Maldonado durou seis anos e incidiu sobre mais de 2000 pacientes, demonstrando que existe um risco cinco vezes superior para ocorrência de um evento cardiovascular quando se regista uma rigidez arterial elevada (medida pela VOP através de um electrocardiograma).
"Uma das maiores preocupações da investigação na área cardiovascular tem assentado na tentativa de descobrir indicadores fiáveis que facultem a caracterização precoce do impacto de patologias, como a hipertensão arterial, a diabetes e a aterosclerose e que sirvam simultaneamente como orientadores da eficácia das terapêuticas", sublinhou.
Traseiro indiscreto
Uma jovem norte-americana escondeu uma câmara nas costas e saiu pelas ruas de Los Angeles com calças justas. Filmou homens e mulheres a olharem para o traseiro quando passava. Veja o vídeo, que faz sucesso no Youtube.
Duas amigas norte-americanas resolveram tirar a limpo uma dúvida sobre o que acontece enquanto uma mulher "jeitosa" caminha pelo passeio.
Colocaram uma câmara nas calças e saíram para a rua, gravando os olhares, mais ou menos discretos, das pessoas por quem passavam, quando já estvam de costas.
O vídeo - sucesso na Internet com mais de um milhão de visualizações-, comprova que os homens, de todas as idades-, param para "admirar" um "bumbum jeitoso" quando passam por uma rapariga bonita, seja onde for.
Porém, o mais insólito nesta experiência foi o facto de algumas mulheres também terem parado para observar as "curvas" da jovem, inclusive algumas que estavam acompanhadas.
Duas amigas norte-americanas resolveram tirar a limpo uma dúvida sobre o que acontece enquanto uma mulher "jeitosa" caminha pelo passeio.
Colocaram uma câmara nas calças e saíram para a rua, gravando os olhares, mais ou menos discretos, das pessoas por quem passavam, quando já estvam de costas.
O vídeo - sucesso na Internet com mais de um milhão de visualizações-, comprova que os homens, de todas as idades-, param para "admirar" um "bumbum jeitoso" quando passam por uma rapariga bonita, seja onde for.
Porém, o mais insólito nesta experiência foi o facto de algumas mulheres também terem parado para observar as "curvas" da jovem, inclusive algumas que estavam acompanhadas.
Pendurada com corda no 5.º piso
Um casal residente em Kaixian, na China, amarrou uma corda em volta da filha de sete anos e suspendeu-a pelo lado de fora do edifício onde habita, para que esta pudesse entrar no apartamento por uma janela e abrir a porta. Segundo o jornal ‘Daily Mail’, o casal tinha esquecido as chaves de casa. Deste modo, sob os olhares atentos dos progenitores, a menina foi descida de um apartamento no 5.º andar para o andar de baixo...
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